Dayton Roger
Aquarelas / Watercolors
Capela Sto Onofre, Ascensão
A eternidade está apaixonada pelas criações do tempo. (William Blake)
A
Capela Santo Onofre
Óleo sobre tela (30x30 cm)
Emoldurada (32x32 cm)
R$ 800,oo
A ascensão da primeira Capela Santo Onofre de Araçatuba é um exercício de artes plásticas de um aquarelista que identifica a tradição; preocupa-se,também, com conservação e preservação do que vale lembrar. Sem mudar, só conservar e preservar.
Conta-se que Onofre nasceu no século IV, era filho de um rei. Este santo é conhecido como padroeiro da fortuna e intercessor para o combate ao vício do alcoolismo. Onofre sofreu com o alcoolismo e, após ser curado, optou por viver sua vida no deserto de Tebaida, no Alto Egito, como forma de penitência. Passou sua vida buscando a Deus por meio de orações.
Estou vendo essa Capela Santo Onofre resistindo o avanço do tempo. A simplicidade do lugar evoca os poemas do poeta Mário Quintana. Vi algumas modificações sutis acertadas nessa capela. Por exemplo, as cruzinhas nas pequenas janelas frontal da fachada agregou valores adequados. Não tinham cruzes, dá para ver em algumas aquarelas antes e depois.
Não fiz em uma semana, ou meses, essa exposição. Fui convivendo com o lugar. Conversando com pessoas que cuidam de lá. A Capela Santo Onofre nem olha mais o relógio, segue sempre em frente… jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas, diria Mário Quintana sobre a eternidade.
Dayton Roger nasceu em outubro de 1964 em Araçatuba, interior de São Paulo. Formado em matemática pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), viveu e frequentou o ambiente cultural e científico que permeia aquele campus. Frequentou, sobretudo, os cursos de história da arte e cinema do prof. José Sidney Leandro. Antes já usava a aquarela como técnica; mas foi sobre a orientação e incentivo desse professor que decidiu, de forma natural, pela aquarela como principal meio de expressão artística. Em julho de 1993, como apresentação para uma de suas exposicões de aquarelas, o professor escreveu sobre o aquarelista:
Seus melhores trabalhos são sem dúvida a paisagem. Dayton se dá melhor com grandes espaços. E, além disso com o efêmero. Suas obras que mais me impressionam são aquelas que capta o não estático, o mutável: o vento nas folhas, a luz do sol, as nuvens, a água, até os trilhos que aguardam o trem. Mesmo que ele desenhe aquilo que aparentemente é perene, uma casa por exemplo, a marca do transitório se faz presente, seja na parede mofada ou em algum outro detalhe. O efêmero na natureza é sua poética e a técnica, ou melhor, a gramática dessa técnica, é seu tema. A técnica pela própria técnica, não como suporte, mas como um fim em si mesma.
JOSÉ S. LEANDRO
São Carlos, julho de 1993